A FPIES é um tipo de alergia alimentar, não IgE mediada diferente em que o início dos sintomas pode ser rápido e levar a comprometimento severo do estado de saúde do paciente.
Pode ser dividia em FPIES aguda e crônica.
A Aguda é caracterizada por quadro de vômitos após duas a três horas da ingestão do alimento desencadeante. São vômitos tão volumosos e persistentes que a criança pode desidratar rapidamente e entrar em choque circulatório.
Frequentemente esses vômitos são seguidos de letargia podendo levar, inclusive, à perda de consciência.
Digo sempre que a FPIES aguda está para a alergia alimentar não IgE medicada, assim como a anafilaxia está para a IgE mediada.
A crônica tem um quadro mais persistente, com surgimento mais lento que se apresenta geralmente com diarreia com sangue e dificuldade de ganho de peso levando a comprometimento do estado nutricional.
O diagnóstico pode ser desafiador, principalmente no primeiro episódio pois pode se assemelhara alguns processos infecciosos, porém a recorrência dos sintomas após o contato com o alimento suspeito tem que nos fazer pensar nessa hipótese. Nõ há exames que comprovem a suspeita e o diagnóstico é baseado na história clínica e em alguns caso o teste de provocação oral (TPO – que está detalhado em um outro capítulo).
O tratamento se baseia na dieta de exclusão, porém nos casos de FPIES aguda, o uso precoce da ondansetrona (que é um medicamente para cortar os vômitos) é fundamental para interromper a evolução do quadro para situações de maior gravidade. Nos casos de FPIES crônica pode ter um comprometimento nutricional de moderado a grave.
Aqui cabe um alerta importante: como vômito é um sintoma inespecífico e comum em diversas situações na pediatria, há que se ter cuidado para a família não achar que, todo vômito que a criança apresentar, é uma crise de FPIES aguda e sair fazendo restrição a múltiplos alimentos, o que pode comprometer ainda mais o estado nutricional da criança. Vale lembrar que a FPIES a múltiplos alimentos é muito rara.