O termo rinite significa inflamação do nariz (ou da mucosa nasal) e tem como principais sintomas, obstrução nasal (nariz trancado), coriza, prurido (coceira), espirros e alterações na percepção dos cheiros (hiposmia ou anosmia).
Existem vários tipos de rinite, que podem não ser alérgicas, como:
• Infecciosa: nos quadros agudos de resfriados e gripes;
• Irritativa: quando alguma substância irritante (como fumaça de cigarro, produtos com odores muito fortes, partículas de giz, talco, maquiagem…) entra em contato com nossa mucosa nasal, e também por inalação de ar muito frio ou seco;
• Gustativa: quando algum alimento muito condimentado é ingerido levando a sintomas como coriza e eventualmente espirros;
• Induza por drogas: como efeito colateral pelo uso prolongado de alguns medicamentos (anti-inflamatórios, sedativos, antidepressivos…) ou pelo uso indiscriminado de descongestionantes nasais. Aqui
vale destacar que apesar de utilizados com certa frequência, os descongestionantes nasais não devem ser usados em crianças, sob o risco de complicações graves.
E pode ser alérgica, que é a mais famosa e comum, em que temos uma inflamação crônica, que podem se apresentar com sintomas permanentes ou em crises. Os sintomas surgem após exposição a algum alérgeno (que nesse caso chamamos de aeroalérgenos) como poeira doméstica (composta predominantemente por ácaros, resíduos das casquinhas das baratas), fungos, “pêlos” (que na verdade engloba, pelos saliva e pele) de animais como cão e gato. Entretanto a rinite alérgica também pode ser desencadeada e/ou agravada por irritantes, mudanças bruscas de temperatura, bem como podem ser ou intensificadas por infecções virais. Ou seja, muitas vezes temos uma rinite mista, em que o paciente tem rinite alérgica, associada a um componente não alérgico.
O diagnóstico da rinite alérgica é baseado na história clínica e exame do nariz, em associação com a comprovação da sensibilização pelos aeroalérgenos, que pode ser através de exames laboratoriais e/ou testes alérgicos específicos (como o prick test que está detalhado em outro capítulo).
O tratamento geralmente é feito com antialérgicos orais e sprays de corticoide nasal para controlar a inflamação nasal, aliados aos cuidados de controle ambiental (mais à frente teremos dicas de como tornar o ambiente mais apropriado para quem tem alergias respiratórias) e, assim como na asma (que está detalhada em um outro capítulo), a imunoterapia alérgeno específica, pode ser uma ferramenta bastante útil.
Os pacientes que apresentam sintomas esporádicos não necessitarão de tratamentos preventivos ou de uso de medicação contínua, podendo ser medicados apenas nas crises, ao passo que, quando os sintomas são persistentes ou graves, está indicado o uso de medicações preventivas por longos períodos.