A alergia que acomete os olhos é chamada de conjuntivite alérgica e trata-se de uma inflamação de partes do olho, desencadeada por alérgenos (que nesse caso chamamos de aeroalérgenos) como poeira doméstica (composta predominantemente por ácaros, resíduos das casquinhas das baratas), fungos, “pêlos” (que na verdade engloba, pelos saliva e pele) de animais como cão e gato e que tem como principais sintomas, o prurido (coceira) dos olhos ou ao redor deles, lacrimejamento e olhos vermelhos.
A conjuntivite alérgica tem frequência maior de que se imagina, já que muitas vezes é subestimada, visto que na maioria dos pacientes associa- se a outros quadros alérgicos, principalmente rinite, asma e dermatite atópica (que estão detalhadas em outros capítulos). Ela pode ser bastante incomoda e, muitas vezes, com manejo difícil e desafiador.
A principal preocupação é que essa condição pode trazer danos para a visão nos casos quando não tratada adequadamente.
Seu diagnóstico é clínico, baseado na história clínica e no exame dos olhos, sendo muitas vezes útil uma avaliação oftalmológica, além de exames laboratoriais e/ou testes alérgicos específicos (como o prick test que está detalhado em outro capítulo).
O tratamento geralmente é feito com antialérgicos orais e colírios específicos para controlar a inflamação ocular, aliados aos cuidados de controle ambiental (mais à frente teremos dicas de como tornar o ambiente mais apropriado para quem tem alergias respiratórias) bem como a imunoterapia alérgeno específica, que especialmente na conjuntivite alérgica, se mostra uma ferramenta extremamente útil. Nos pacientes que têm conjuntivite e também rinite alérgica e seus sintomas oculares ocorrem junto dos nasais, damos o nome de rinoconjuntivite alérgica e nesses casos, muitas vezes o tratamento adequado da rinite acaba por controlar os sintomas oculares.