É sem dúvida a mais temida das reações, tanto pelos pacientes quanto pelos médicos. E isso acontece, porque ela é a forma mais grave com que uma alergia pode se manifestar.
Apesar de ser a mais conhecida, ainda é cercada de mitos e erros conceituais, como achar que anafilaxia e choque anafilático são a mesma coisa ou acreditar que a anafilaxia sempre vem com o temido edema de glote. Apesar, poderem estar presentes em anafilaxias mais graves, estes não são suas apresentações mais frequentes, por isso é importante sabermos bem do que se trata para poder reconhecer prontamente.
Então vamos ao conceito correto:
Para termos de anafilaxia precisamos preencher um dentre dois critérios:
1- Uma reação de acontece subitamente (de poucos minutos até cerca de 2 horas) e que tenha envolvimento obrigatoriamente da pele (geralmente com urticária – que tem um capítulo só dela – associada ou não de inchaços) que vem acompanhado de alterações ou respiratórias (tosse, chiado, falta de ar, rouquidão…) ou gastrointestinais (vômitos, diarréia, dor na barriga…) ou circulatórias (moleza, pressão baixa, desmaio…), independe de contato com alguma substância suspeita.
2- Queda da pressão arterial ou fechar a garganta (edema de glote) ou crise de chiado no peito, que se iniciam subitamente, após o contato com uma substância a que o paciente é sabidamente alérgico ou uma substância fortemente suspeita (mesmo sem o envolvimento da pele).
A anafilaxia pode ter uma evolução muito rápida e, portanto, é sempre uma urgência e muitas vezes uma emergência e por isso, uma vez identificada, deve ser prontamente tratada para impedir sua progressão, diminuindo assim sua gravidade.
O tratamento que precisa ser realizado para TODOS os casos de anafilaxia é a aplicação de adrenalina (também chamada de epinefrina) em injeção intramuscular na coxa da criança, que ode ser realizado em um serviço de pronto atendimento ou em casa, caso o paciente tenha um auto injetor de adrenalina também conhecido como adrenalina auto injetável ou“caneta de adrenalina”.
A injeção de adrenalina é indiscutivelmente fundamental e não pode deixar de ser realizada, mas, além dela outras medicações podem ser úteis para o tratamento direcionado dos sintomas.
Todos os pacientes que já tiveram uma anafilaxia devem ser avaliados e seguidos por um alergista, para tentar identificar as causas e desenvolver um planejamento personalizado, que inclui a prescrição da “caneta de adrenalina”. Além dela, um plano de ação por escrito, em que estão explicados os passos a serem seguidos para as situações de uma nova reação, deve ser desenvolvido e entregue para os pais, para que seja compartilhado com familiares, escola e todos que, em algum momento cuidam da criança.
*Apesar das “canetas de adrenalina” não serem comercializada no Brasil, ela pode ser adquirida através de importadoras específicas (na seção de dicas do site você encontra o contato de diversos locais onde adquirir) e existem diversas marcas disponíveis com preços variados.