Alergia a insetos

Quando falamos em alergias a insetos, geralmente 2 coisas nos vem à cabeça, as alergias graves (principalmente por abelhas) e aqueles vergões após picadas de pernilongos.
Mas tecnicamente, separamos esses grupos em insetos sugadores (pernilongos, borrachudos, pulgas, percevejos, carrapatos…) e ferroadores, (formigas, marimbondos, vespas e abelhas), apesar de, habitualmente, chamarmos tudo de “picada”.

  • Os insetos sugadores, quando “picam”, injetam sua saliva nas pessoas e esta saliva é o que causa as reações. Essas picadas podem ser não alérgicas, com lesões pequenas e únicas e que geralmente tem resolução espontânea rapidamente, que é o que se espera na maioria das pessoas. Porém podem também ser desencadeadas por reações alérgicas que recebem o nome (na verdade quase um palavrão) de prurigo estrófulo, em que que temos lesões maiores, com características diferentes (bolinhas, caroços maiores, presença de “casquinhas”, e até mesmo bolhas), que podem se espalhar, mesmo sendo apenas uma “picada” e que podem durar de até cerca de 2 semanas.

As alergias propriamente ditas, normalmente começam a aparecer nas crianças a partir dos 2 e se resolvem espontaneamente até 10 anos. Essa é a apresentação habitual, mas podem ocorrer, com menor frequência, nos pequenos e também em adolescentes e adultos.
O diagnóstico é basicamente clínico, ficando exames de sangue restritos à identificação de alguns tipos de causadores (algumas espécies de pernilongos).

  1. Prevenção
    Os cuidados com possíveis criadouros, bem como o uso de telas, mosquiteiros e repelentes para reduzir a chance de receber as “picadas”.
  2. Controle da inflamação e da coceira
    O uso de antialérgicos por via oral e de cremes/pomadas a base de corticóides são fundamentais para reduzir o processo inflamatório locar e a coceira.
  • É importante frisar que cremes/pomadas antialérgicas (como prometazina, difenidramina e dexclorfeniramina) estão contraindicadas pois podem aumentar a sensibilidade da pele.
  1. Atenção às complicações!
    Por conta da coceira intensa, não é incomum que surjam infecções de pele, secundárias às picadas. Por isso é importante, além da atenção ao item 2, manter unhas curtas e mãos higienizadas para evitar a necessidade do uso de antibióticos.
    A imunoterapia, para esses casos, não é habitualmente utilizada.
  • Já no caso dos insetos que tem ferrão, as reações são causadas pela injeção dos venenos desses insetos na pessoa que recebeu a ”picada”. Nesses casos também podemos ter as reações não alérgicas, em que se observa apenas vermelhidão e, às vezes, inchaço no local da “picada”.
    Mas podemos ter as reações alérgicas, que podem apresentar gravidade variável. Os quadros podem ser desde uma reação localizada, porém que se estende até cerca de 10 cm do local da “picada”, de rações na pele (com urticária – temos um capítulo sobre isso – com ou sem inchaço associado) até a temida anafilaxia (também com um capítulo só pra ela).

Nesses casos a investigação com exames específicos (de sangue e/ou de pele) devem ser realizados para confirmar a alergia.

O tratamento inicial vai depender do tipo de reação:

  1. Reações localizadas
    Habitualmente usamos apenas sintomáticos, como compressas com gelo e anti-inflamatórios via oral, podendo associar antialérgicos também.
  2. Reações restritas à pele
    Antialérgicos e eventualmente corticóides por via oral, geralmente são suficientes.
  3. Anafilaxia
    É fundamental o uso de adrenalina intramuscular, e por conta de não sabermos quando um inseto desses pode “picar”, a adrenalina auto injetável é indispensável.

Nos casos das alergias aos insetos que têm veneno, a imunoterapia pode estar indicada a depender do tipo de reação e do resultado dos exames, sendo que em casos de anafilaxia com exames positivos, ela passa a ser fundamental, para evitar novos eventos graves.

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